7 de mar. de 2011

Serviços Médicos - ontem e hoje (lembranças) parte 2

Talvez, escreva pouco hoje, pois estou com pouca disposição, para não começar dizendo que não me sinto bem e então enveredar por um monte de divagações e queixas infrutíferas.

Falei no artigo anterior, a respeito da precariedade dos serviços médicos de 40, 50 anos antes, e a evolução. Falei sobre o heroísmo e a boa vontade do médico de cidade pequena, que atendia seu cliente mais pelo amor ao ofício que de fato pela remuneração financeira que receberia. Não tinha outro jeito, ou se exercia a medicina como um sacerdócio, ou a abandonava.

Nesta evolução veio o INPS, os postos de saúde, e assim foram sendo abertas várias facilidades para que o povo pudesse ter acesso aos serviços médicos - voltando a frisar que isto passou a acontecer nas cidades de médio a grande porte, pois nas cidades pequenas e perdidas no sertão, tudo continua como antes, precário.

Entretanto, apesar de todo o esforço de ampliação dos atendimentos médicos e ramificações - espalhando-se postos de saúde, postos do INPS e abrindo-se oportunidades em hospitais, surgiu junto com todo esta oferta - a BUROCRACIA - e a burocracia passou a emperrar os atendimentos.

Surgiu junto com a burocracia, a má vontade, o oportunismo, que vem de alguma forma prejudicar o com desempenho do exercício da medicina para as populações mais pobres.

Existe assim, parece, que uma dificuldade de se administrar e coordenar adequadamente a oferta e a procura. A procura é maior que a oferta, e a oferta de serviços acaba se perdendo em excessos de exames laboratoriais, rotinas, marcações e remarcações de consultas e junto muito vai se perdendo pelo caminho.

Mas, algumas vantagens tem-se de tudo isto - exemplo os sistemas de vacinação das crianças, vacinas de velhinhos, planejamento de assistência à mulher grávida. Afinal, tudo que pode ser planejado a longo prazo e executado tem dado certo.

Hoje, as condições do exercício da medicina está bem melhorada para os médicos - embora reclamem ainda da remuneração por parte dos serviços públicos e dos convênios médicos - mas para o povo ainda existe muita dificuldade, muita fila a enfrentar, muita espera, muita angústia e ansiedade para se chegar até o dia de uma consulta e se decepcionar pela frieza, rapidez e muitas vezes descaso do médico que atende aquele paciente que esperou por ele meses.

Do lado do médico ele tem suas razoes - carga excessiva de trabalho - exercício da medicina em diversos hospitais, correndo de um lado para o outro para conseguir atingir o faturamento a que se propõe. Mas do lado do paciente a coisa é crítica - porque se ele esperou meses por uma consulta, vai esperar dias para a execução dos exames e outros tantos dias ou meses para retornar com os exames para mostrar ao mesmo médico - ou outro médico, e como eu já disse em artigo anterior, neste meio tempo os problemas do cliente cresceram ou a doença inicial deu seguimento a outra doença mais grave, ou pode ser que o cliente nem volte, já morreu num pronto socorro qualquer da periferia ou em sua própria casa.

Isto é trágico. É trágico porque no ONTEM que eu falei, o médico pelo menos tomava conhecimento quando seu paciente morria e aquilo muitas vezes era um ensinamento para os outros atendimentos. HOJE, muitas vezes o médico nem fica sabendo que seu cliente morreu, nem que teve um efeito colateral do remédio que ele (médico) receitou - porque entre o MÉDICO E O PACIENTE existe uma distância enorme - estão separados pela BUROCRACIA, pelo PODER ECONÔNICO, pela correria das cidades grandes, pela incapacidade que muitas vezes o paciente tem de se comunicar com seu médico, pois ao tentar é barrado pela recepcionista, pela telefonista. O paciente nao sabe nada de seu médico, qual é o dia que ele está no plantão, quando estará no consultório, e se tem um contratempo com medicamentos ou piora na sua doença só lhe resta aceitar ser atendido por qualquer plantonista de pronto socorro que nunca o viu e nem tem idéia do que aquele paciente tem.

Conclusão:
Alguma coisa precisa ser mudada na rotina de atendimentos médicos, visando o bem estar do paciente, a confiança entre paciente e médico, e até como respaldo de conhecimento do médico - alguma coisa precisa ser mudada para que o médico tenha oportunidade de acompanhar a evolução de uma doença, do estado de saúde de um paciente.

Vou parar aqui. Como eu disse não estou bem hoje e quando não estou bem, eu penso mal e escrevo mal, e falo o que não devo dizer.

ABAIXO UM LINK A RESPEITO DE BUROCRACIA - quando eu falo na burocracia neste texto, não é uma crítica negativa, mas sim uma observação de que, em nome da ordem, a burocracia acaba emperrando os processos e andamento - e isto em medicina não deveria acontecer. Também, eu não desejei dizer que todos que participam do processo burocrático são ineficientes - mas uma coisa é certa, no meio de 10 eficientes, um ineficiente e que atua de má vontade é o suficiente para que o sistema deixe de funcionar como deveria.
Vejam abaixo um artigo que busquei na internet.

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