11 de jan. de 2012

Hoje quero falar de amizade

A amizade é um compartilhamento de vida. O homem é um ser social e como tal precisa conviver - e para conviver precisa de amigos.
Mas a amizade para sobreviver por longos anos precisa ser isenta de interesses materiais e até de interesses afetivos. A amizade não pode ser manipuladora, obsessiva, dominadora, possessiva. A amizade precisa ser aberta a ganhos e perdas, para alguns momentos de alegrias e para outros de tristeza.

A amizade para sobreviver tem que viver só dela mesma: da doação de amizade - da entrega de palavras - da abertura do coração.

Se a amizade se apoiar em qualquer interesse financeiro - no compartilhamento de sociedades financeiras ou de trabalho - ou quem sabe na divisão de tarefas escolares - esta amizade está fadada a um final em algum momento. Por isto o amigo de trabalho não é chamado de amigo e sim colega de trabalho - e assim também o amigo da faculdade, do colégio etc, são em suma colegas. O coleguimos por mais que seja consistente um dia acaba. No último dia de aula pode haver até choros e até juras, mas dali cada um segue o seu rumo de trabalho, o seu caminho de vida e fica para trás o COLEGA DE ESCOLA ou DO TRABALHO.

Geralmente é na infância que a amizade é mais autêntica, e dependendo das circunstancias passam-se os anos e esta amizade se solidifica mais e mais.

Entrentato, precisamos ser realistas, nem a amizade suporta desaforros, choros em demasia, dependência, fraqueza - a amizade tem que ser alimentada também pelo orgulho daquele amigo, da admiração, e da vaidade de ser ter aquele amigo.

A amizade é um amor com menor influencia sexual, mas nem sempre é uma amor assexuado, as vezes é o primeiro caminho da homossexualidade. Isto precisa ser percebido antes que seja tarde que uma situação de fato tenha tornado concreta esta realidade.

Mas as amizades muito fortes entre homens e homens ou entre mulheres estão alicerçadas num homossexualismo frusto, não conscientizado.

A amizade é um relacionamento bonito e as vezes dura por muitos e muitos anos. Outras amizades não duram mais que as férias na praia, a tourné pelo Brasil, ou enquanto se mora na mesma rua, no mesmo condomínio, ou na mesma cidade pequena onde os círculos de amizade são restritos e não tem como ser expansível. Saindo-se deste círculo a amizade acaba - isto também é uma realidade.

AMIZADE NA VELHICE
Na velhice nem sempre podemos contar com nossos amigos - alguns já se foram antes de nós e outros estão tão doentes que de nada nos servem e ainda outros não querem mais manter uma amizade que lhe traz apenas dissabor, depressão já que o velho se torna ranzinza, reclamão, cheio de dores, e não expõe mais aquela alegria iluminada da juventude.

Na velhice recordamos dos amigos, dos bons momentos. Aliás a velhice vive e sobrevive das recordações pois o amanhã é incerto, o hoje é solidão, e o ontem que era a juventude já ficou tão distante que não dá mais para recuperar.

A AMIZADE DURADORA
A amizade duradora é difícil, mas não impossível. Mas quanto mais o mundo evolui em tecnologia a amizade verdadeira, os laços afetivos vão se enfraquecendo, porque o ser humano acaba se iludindo com outros lazeres como filmes na tv, bigbrothers da Globo, internet, blogs, sites, e já que ninguém visita o velho, este vai se enganando nestes afazeres ou divertimentos vazios de afeto - pois internet é fria, sem alma. Por mais que as redes sociais queiram ser vivas, elas não transmitem de fato o calor afetivo que o ser humano tem necessidade, talvez a tv ainda seja superior, pois a gente consegue entrar para dentro dela de corpo e alma e conviver com os atores e músicos como se deles fizéssemos parte.

Como dizia Roberto Carlos eu queria ter milhões de amigos, mas a realidade é que a gente não tem. Em verdade cada um de nós podemos contar os verdadeiros amigos, os mais duradores com os dedos de uma só mão. E cada um de nós que conseguiu conservar ao longo da vida mais amigos do que seja possível contar com os próprios dedos, então, este entre nós é um sortudo.

Quando digo assim, parece que estou sendo pessimista quanto a relação e afetividade humana, mas não, estou sendo apenas realista, pois muita gente acredita que tem muitos amigos, quando de fato tem MUITOS CONHECIDOS, COLEGAS, CONTERRÂNEOS, mas amigo é mais intimo, mais próximo, mais afetivo, e estes só os temos quando somos pessoas de muita sorte, ou de muito carisma.

Outro dia, escrevo mais.

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