16 de fev. de 2011

Saude e Doença e seus antagonismos

Vou tentar definir saúde e doença numa linguagem diferente da científica.

SAÚDE, cientificamente, é um estado de higidez. Na linguagem do dia a dia, saúde é um estado de plenitude, de felicidade, de domínio de forças em nossa natureza física, corporal e emocional que transcende até contaminar nossa alma de um estado de paz e/ou efervescência que se mistura e ao mesmo tempo nos confere uma sensação de PODER TUDO. Saúde é ter total controle sobre os nossos músculos, do sistema nervoso, e domínio de todos os sentidos, tais como tato, audição e visão intactos, nos garantindo a capacidade de movimentos em todas as direções que o ritmo da vida nos exigir, nos garantindo ver, sentir, apalpar, cheirar, perceber, tudo a nossa volta e principalmente, sermos independentes em nossas necessidades pessoais de prover-nos a nós e nossos familiares das condições básicas de sobrevivência e nos considerarmos assim, quase semi-deuses, e senhores absolutos de nós mesmos, com direito a decidir nosso presente, com vistas ao futuro, assumindo compromissos, dividas financeiras, trabalhos árduos e responsabilidades perante filhos, cônjuges e amigos.

DOENÇA - pode ser um mal-estar passageiro, como uma febre rápida, uma intoxicação alimentar que logo passa, um resfriado que em dois ou três dias nossa imunidade tira de letra.
Mas, a DOENÇA, pode ser também algo incapacitante, que vai nos destruindo lentamente o corpo, nos tirando as forças, e quando percebemos a doença levou de nós tudo que mais prezávamos, como a beleza, a força, a garra no trabalho, o amor das pessoas que nos cercam, o respeito dos amigos, e nos levou muitas vezes até a esperança, e a própria vontade de continuar vivendo. DE todas as doenças a pior é a doença crônica e indefinida, que nos afasta de amigos, das festas, nos tira os sonhos, as esperanças e nos faz ser seres rastejantes pela vida afora, choramingandos dores que só nós sentimos e percebemos. Nas doenças de longa duração as pessoas que nos amam vão ficando enfastiadas, cansadas, enojadas e para se defenderem dizem que NÓS INVENTAMOS NOSSAS DOENÇAS e assim muitas vezes nos machucam mais do que já estamos machucados. E o doente crônico o melhor que faz é aprender a guardar o seu suspiro e engolir o seu lamento.

PORTANTO, a doença pode ser rápida e superável, sem necessitar nem de uma visitinha aquele médico da familia (que nao existe mais, não é?), ou a DOENÇA pode ser crônica, sorrateira, indefinida que vai se arrastando ao longo dos anos e nos levando os melhores momentos de nossa vida, ou a doença pode ser FULMINANTE, vir rápida e antes que tomemos qualquer atitude nos leva para sempre dos braços das pessoas que amamos.

Para ser médico e não morrer junto com o primeiro paciente precisa-se antes de tudo aprender a se defender - APRENDER A NÃO SENTIR A DOR QUE O OUTRO ESTÁ SENTINDO.. APRENDER A NÃO VER NO OUTRO O REFLEXO DO SEU PROPRIO EU.

A VIDA SÓ VALE SER VIVIDA SE TEMOS A CHANCE DE VIVER EM ESTADO DE PLENA SAÚDE. VIVER EM ESTADO PRECÁRIO DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO VALE A PENA. É VIVER ENTRE O DESEJO DE SER E REALIZAR, E A INCAPACIDADE DE ATINGIR OBJETIVOS.

Um comentário:

Kelly Dias disse...

Ótima definição, palavras perfeitas e bem colocadas. Como você disse o melhor a fazermos é guardar nossos suspiros e engolir nossos lamentos sem murmurações.
Um forte abraço.
Kelly Dias

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