13 de mar. de 2011

Serviços Médicos - só um comentário

Ontem, recebi de um médico um comentário a respeito do meu texto “A Pirâmide na Medicina”, transcrevo na íntegra o que veio escrito sem nomear o autor, pois não é minha intenção neste blog – se a pessoa quisesse dizer isto publicamente, usando sua imagem, faria um comentário – se comentou só comigo, eu transcrevo, mas sem aludir de quem:

A propósito, concordo com o texto da Pirâmide da Medicina. Infelizmente, enquanto as consultas médicas mal cobrirem os custos do consultório e o Estado não fornecer boas condições para o clínico geral no serviço público, isso não será resolvido”.(sic)

Este é um parágrafo curto, de sentido amplo, o qual pode-se discutir por horas a fio, páginas e mais páginas – fazer até uma tese – um plano, um projeto. Este parágrafo contém duas situações reais e que eu já citei anteriormente – o enorme contingente de pessoas buscando atendimento médico nas redes públicas (postos, hospitais, etc) e a escassez de clientes dispostos a pagar por consultas particulares – e neste meio entram OS PLANOS DE SAÚDE que deveriam equilibrar esta oferta e procura de serviços – reduzindo o contingente na área pública e aumentando o volume de atendimento de pacientes conveniados. Entretanto, isto não acontece. Os planos de saúde reduziram a remuneração dos serviços médicos e estes então não querem mais atender o paciente pelo convênio e quando atende, quer atender 4 pacientes por hora, para assim ter o valor que ele acha que vale a sua hora técnica.

15 minutos de atendimento, mesmo o médico sendo especialista é insuficiente para que em uma primeira consulta todas as variações do caso do paciente sejam avaliadas.

Mas, como eu disse em texto anterior, hoje, a situação do atendimento médico para a população é bem melhor que há 40 ou 50 anos atrás. Entretanto, não é ainda a ideal, nem para o povo, nem para o médico.

Para solucionar em parte esta situação – insatisfação dos profissionais de saúde, e necessidade efetiva da população, eu sugeriria – (veja não sou economista, nem médica, nem pertenço a qualquer associação comercial ou política) – mas pela observação da vida, sugeriria que:

..... Os médicos baixassem os preços de consultas para possibilitar um afluxo maior de clientes particulares aos seus consultórios. Tem que levar em consideração que somente uma pequena parcela da população tem poder para pagar uma consulta nos valores que hoje estão sendo praticadas – tem médico cobrando por uma consulta particular 10 vezes o que ele receberia de uma consulta do convenio. E ai, a população não pode pagar, e alguns mesmo podendo não pagam por uma consulta rotineira este valor.

.... Em São Paulo, alguns médicos já usam na prática cobrar do cliente vindo de plano de saúde o valor que ele receberá de reembolso, e assim, o cliente se sente mais animado para pagar, e o médico melhor remunerado, pois de fato os planos de saúde reembolsam o paciente em 2 vezes o que eles pagam diretamente ao médico. Assim o médico recebe mais, o paciente se sente mais bem atendido e com mais rapidez..

Muita coisa precisa ser re-organizada dentro da estrutura de atendimento médico no Brasil, de modo a que todos fiquem satisfeitos – profissionais de saúde e pacientes. Entretanto, não é fácil chegar-se a uma situação ideal.

A doença já é por si só uma situação de conflito e de dor e insatisfação. Assim, como houve uma melhora nos sistemas nos últimos anos, quem sabe nas próximas décadas esta melhora seja mais sustentável.

Tudo está evoluindo a passos rápidos com apoio da tecnologia. Entretanto, a medicina ainda precisa ser exercida por cérebros humanos, com calor humano.

Vou ficar por aqui, nem sei pra que estou falando a respeito de um assunto que não é de minha alçada, já que nada posso fazer para mudar a situação.

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